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Paradigmas na Ortodontia


Só para lembrar, paradigma é um modelo ou padrão a seguir.

Em outras palavras, são as normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e que determinam como um indivíduo deve agir dentro desses limites. Ou seja, transportando para a Ortodontia podemos dizer que são as técnicas e regras que os ortodontistas precisam seguir.


Várias condutas e técnicas ortodônticas já estão consagradas pelo tempo e assim se tornaram paradigmas. A questão é que muitas delas nunca foram substanciadas por consistentes evidências científicas, mas continuam como fontes orientadores de procedimentos.


Até hoje, costuma-se dizer que o tempo de um tratamento ortodôntico dura em média 24

meses. Esta quantidade de meses tornou-se um paradigma ortodôntico e é dito e repetido

diariamente para milhões de pacientes por milhares de ortodontistas.


Embora nunca venhamos a saber qual é o tempo médio de um tratamento ortodôntico, pois as possibilidades de variáveis são muito grandes, os 24 meses ficaram como previsão simpática e um tanto segura de se dar uma previsão de tratamento, mesmo não tendo nenhum respaldo científico.


Um outro paradigma é o tempo mínimo entre consultas. Embora existam vários trabalhos que tentaram provar qual é o tempo ideal entre os apontamentos ortodônticos, ainda hoje não se sabe com precisão qual é este número. Entretanto, um tempo mínimo de 21 dias é o

paradigma ortodôntico, embora as terapias com alinhadores preconizem 15 dias e já há quem troque as placas com uma semana.


Qual o certo? Difícil reposta que só os trabalhos científicos e o tempo nos dirão.


Por estas e outras razões é que a frase “quebra de paradigmas” tornou-se um clichê tão

conhecido. Na Ortodontia também. Pois como em toda ciência, nós ortodontistas, sempre

estamos nos dando conta de que aquilo que parece tão claro e cristalino está prestes a

quebrar, como um verdadeiro cristal.


Resta a Ortodontia fazer como toda atividade humana, buscar o novo com o ímpeto benfazejo, mas sempre procurando o esteio das evidências científicas. Não queremos sermos precipitados, mas também não devemos ficar amarrados a paradigmas inconsistentes.


Viva a Ortodontia!

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