Com quantos mini-implantes, mini-placas ou recursos digitais eu preciso contar para fazer um tratamento ortodôntico?
Será que existia Ortodontia antes da ancoragem esquelética, do mundo digital, dos exames sofisticados, o que posso chamar da “nova ortodontia”?
Pode parecer estranha esta pergunta para os mais experientes, mas talvez um ortodontista novato possa levar a sério este questionamento. Baseado no que é apresentado nos dias atuais, a pergunta não seria despropositada.
Da minha parte, confesso que fico envergonhado ou um tanto decepcionado quando começo a fazer o meu planejamento enchendo o meu paciente de mini-placas ou mini-implantes ou tendo dificuldade para planejar se não conto com tomografia ou scanner.
Tenho a sensação de que estou piorando, pois antes conseguia fazer o mesmo sem nada disso.
Revejo os meus conceitos e procuro ser o mais minimalista possível, pois sei que tenho
conhecimento suficiente de biomecânica para evitar a colocação de “mil quinquilharias” na boca do meu paciente.
Vejo que atualmente parece ser bacana contar com várias miniplacas, ou uma porção de mini-implantes, tudo acompanhado de escaneamento e tomografia. Sugere que é um tratamento sofisticado. Parece até que tanto apetrechos vão agradar o paciente, trarão conforto.
Será?
Claro que não!
Se um aparelho convencional já traz desconforto, imagine quando se soma uma porção de utensílios? Nestes casos vale o ditado: “pimenta nos olhos dos outros é refresco”.
É claro que fica mais fácil tratar quando se usa seis ou quem sabe oito tipos de ancoragem esquelética, resta saber a que custo-benefício? Pois para cada placa e mini implante colocado aumenta-se o benefício, mas também aumenta-se o custo. Custo financeiro e biológico.
Há quem diga que a “nova ortodontia” reduz o tempo de tratamento, mas onde estão as evidências? Até agora contamos apenas com a opinião dos experts e apresentações de casos clínicos.
É válido? Sim!
Mas precisamos de mais pesquisas, mais evidências.
Se você tem condições de resolver o mesmo caso sem uso de artefatos extras, por qual motivo usá-los? Para sua conveniência? Para mostrar que você está na moda? A grande pergunta é: o que o meu paciente ganha com isso?
Não quero dizer que sou contra a ancoragem esquelética ou uso da Ortodontia digital, muito pelo contrário, quero dizer que sempre me pergunto se alguém já fez o mesmo tratamento no passado, com bons resultados, sem usar nada disso?!
Se os resultados eram inferiores eu sigo em frente. Solicito quantas mini-placas ou mini implantes ou exames complementares forem necessários, mas se fez, está sempre na hora de eu rever o meu conhecimento e os meus valores!
você falo tudo! Bravo